A palavra “cavalo”
O termo do latim para denominar o cavalo era equus, enquanto caballus, que derivou na palavra “cavalo”, é um termo do latim já mais recente, possivelmente de origem celta, que significa “cavalo castrado”. “Égua” procede do feminino de equus, “équa”. Os jovens que actualmente chamamos potros derivou do latim “pullitri”.
Classificação
Os cavalos domésticos foram classificados a 1758 a “Equus caballus”. Ao demonstrar-se que os cavalos domésticos actuais e o seus antepassado selvagem extinto, classificado como Equus ferus (cavalo selvagem), pertenciam a uma mesma espécie devia ser assinalado um único nome científico.
Geralmente em casos como este se aplicaria o princípio de prioridade usado na nomenclatura científica, que estabelece que deve permanecer como nome específico o primeiro que foi registado, sendo caballus o mais antigo.
Mas a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológico determinou em 2003 que os cavalos actuais, tal como outras 17 espécies domesticadas, deviam ser nomeadas como as suas variedades selvagens extintas, equus ferus, para evitar o paradoxo de que as linhagens anteriores, os selvagens, fossem nomeadas como subespécies dos seus descendentes. Pelo que o nome específico que prevalece para os cavalos actuais é Equus ferus, ficando o termo caballus como tome trinomial que designa a subespécie doméstica.
Os cavalos classificam-se dentro da ordem dos perissodáctilos, pertencendo à família dos equídeos, a que também pertencem os asnos (equus africanus), as zebras, entre outras espécies que estão emparentadas ao pertencer todas ao único género sobrevivente, Equus.
Evolução dos cavalos – Origem americana
A evolução do cavalo pode seguir-se através do registo fóssil até chegar a Hyracotherium (Eohippus), um pequeno mamífero herbívoro que viveu durante o Eoceno, há 55 milhoes de anos na América do Norte. Supõe-se que dele descendem todos os equídeos posteriores, incluindo o género Equus. Hyracotherium tinha um tamanho que oscilava entre os 20 e os 50 cm de altura, com quatro dedos nas patas anteriores e três nas posteriores terminando cada um numa unha (não casco, como actualmente acontece). Parecia na realidade um cão pequeno.
A evolução posterior de Hyracotherium fez aumentar a sua altura até aos 115 cm e perder os seus dedos até tornar-se monodáctilo, ou seja, com um só dedo. Pouco a pouco o seu único dedo endureceu mediante mutações, até desenvolver cascos que lhe permitia fugir dos predadores.
Nessa altura apareceram por sua vez na América do Norte e Eurásia diversas espécies e géneros relacionados. Parece ser que as espécies euroasiáticas desapareceram. As espécies americanas deram lugar durante o Oligoceno ao género Mesohippus do tamanho de uma gazela, que tinha apenas 3 dedos nas patas da frente e já apresentava pés com forma de casco.
Algum tempo mais tarde, no Mioceno, a Mesohippus sucedeu-se Hypohippus e Anchitherium. Acredita-se que ambas as espécies colonizarão depois Eurásia a partir da América do Norte. Outros descendentes de Mesohippus foram Miohippus e Merychippus. Este último género desenvolveu dentes com coroas muito altas, o que permitiu, ao contrário do Hyracotherium, que pastava erva, comer as folhas e brotos de árvores e arbustos.
Entre os descendentes de Merychippus estava Hipparion, que durante o Plioceno deslocou-se e expandiu da América do Norte até à Eurásia, e Pliohippus (primeiro antepassado de um só dedo), antecessor de Pleshippus e do seu sucessor, o cavalo moderno, ou seja, o género Equus, que apareceu à 5 milhões de anos.
Salto para outros continentes
Acredita-se que durante o Pleitocena, à uns 15000 anos, o género Equus estendeu a sua área de distribuição desde da América do norte à Eurásia e África cruzando a Beríngia. Há uns 10000 anos os cavalos se extinguiram na América do norte por causas ainda desconhecidas, talvez por alguma catástrofe climática que modificou os ecossistemas americanos.
Diversas descobertas em cavernas na Europa indicam que o cavalo era um animal muito abundante durante a idade da Pedra em dito continente. Foram encontrados suficientes restos de esqueletos de cavalos dentro e à volta dessas cavernas como para afirmar que eram consumidos pelo ser humano.
O número de cavalos diminuiu no neolítico, quando a Europa estava coberta por florestas na sua maioria. Encontraram-se restos da Idade do Bronze, peças de arreios que demonstram que o cavalo já estava domesticado nessa altura. Esta domesticação séculos mais tarde permitiu, através do descobrimento da América, que os cavalos fossem reintroduzidos pelos conquistadores espanhóis no continente que os viu surgir.